Domaine Charvin Châteauneuf-du-Pape 2003

Característica diferenciadora: Tudo é diferente…

Preço: 55€

Onde: Garrafeiras especializadas

Nota pessoal: 18,5

Comentário: Era com muita dificuldade que conseguia manter esta garrafa na minha garrafeira… adquirida há uns meses por recomendação do Pedro do Cabaz Tinto, lá me enchi de coragem e resolvi incluí-la numa prova a ser efectuada em Setembro. Expectativa grande… 95 ou 96 pontos na Wine Spectator…Um bom Châteauneuf-du-Pape, como me explicaram… e pelo facto de gostar de vinho e gostar de conhecer coisas diferentes, desde que boas… andava aqui em pulguinhas. Bom… depois de servir o Quinta da Foz de Arouce Vinhas Velhas de Santa Maria 2003, o caminho óbvio era este… ninguém suspeitava da origem tão diferente do vinho.

Para o copo! Ui… translúcido… quase, quase “palheto”. Mau. E o nariz? Mau. Notas de cavalariça… ou seja, gestão de expectativas minhas, nota 0. Estava destroçado. Pensei, “ainda não é desta que provo um vinho característico desta região”… mentira!

O vinho arejou, perdeu literalmente todo o aroma desagradável e ganhou aromas evidentemente cítricas. Sim. Sabem as laranjas cristalizada do Bolo Rei? É isso. Na boca a delicadeza do vinho, limpíssimo, translúcido dum rubi ligeiramente bronzeado, é acompanhada duma estrutura como nunca vi nada assim…”o vinho depois de engolir, sobe pela língua acima uma onda de sabores e sensações impressionante” – comentou-se. Completamente diferente do que provamos cá, sem desconsideração, obviamente. É diferente e ainda bem.
A fruta que o vinho tem é toranja. Sim. Toranja. Daquela quando está madura, mas que nunca deixa de ser ligeiramente ácida. A língua sente os efeitos de picante, pimenta… exactamente. E tudo, cheio de sensações e sabores, mas com uma leveza de extracção inigualável. O que parecia um vinho “leve”, é de facto uma construção para durar décadas, sem dúvida.

Excelente! Pela diferença e pela qualidade. Grenache e Syrah. Excelente.

Vinho em prova cega com: Quinta da Foz de Arouce Vinhas Velhas de Santa Maria 2003, Quinta do Monte D´Oiro Reserva 2007 e Poeira 2008

Provador: Mr. Wolf

Recommended Posts
Showing 0 comments
  • Bruno Miguel Jorge
    Responder

    Estava a ler o teu comentário e ao mesmo tempo pensava para comigo mesmo: Foi este o vinho da noite? A resposta não é fácil … mas sim, este foi o vinho da noite! … no entanto o Quinta do Monte d´Oiro Reserva esteve quase lá.

  • Joao Chambel
    Responder

    Caro,
    Este vinho deve ser fabuloso….
    Os Chateauneuf-du-Pape são vinhos muito temperamentais….mas são fabulosos!
    Grande nota de prova…. Tenho de passar no Pedro!

    Abraço
    João Chambel

  • Mr.Wolf
    Responder

    É verdade… Se quiseres, dividimos uma garrafa! Bebo-o outra vez de muito boa vontade. E há um Italiano que bebi também, comprado lá, salvo erro da Sicília, que é muito giro.

    É diferente… Nao tem nada a ver com o que provamos Português contemporâneo. Nada. Mas é diferente e muito bom. Há os que são diferentes e "esquisitos". Este não. Vais gostar de certeza. Decantação com temperatura de decantar a uns 14 graus obrigatória para o beber uns 30 minutos depois.

    Abraço

Leave a Comment