Preço: ~ 40€
No ataque à garrafa, a rolha é exemplar. Impecável na sua função de vedar, apresenta qualidade que dá vontade de reciclar e devolver ao produtor.
No copo… cor escura, sem ser muito brilhante. Notas violetas. Denso qb, mas ligeiro a acompanhar o movimento do copo. É logo no nariz que se evidencia que não é “fruta do nosso quintal”… “este vinho não é Português…” – manifestou-se logo um dos provadores. E não era.
Elegância é a nota dominante. Se fosse um carro, seria daqueles que enfrenta qualquer subida, descida, curva, recta ou registo de aderência com a mesma determinação e sensação de segurança, passando essas características para um plano de pormenor face ao protagonismo da qualidade. É um vinho de qualidade inquestionável.
Elaborado com Grenache (maioria), Syrah e Mourvédre, é na “fineza” da entrada de boca se se compreende o que é provar este vinho. Muita delicadeza, mas intenso ao mesmo tempo. Equilíbrio nas sensações, alternando especiarias picantes, com notas de fruta sem estar muito madura, estilo ameixas pretas. Mas não é na fruta que o fascínio se sustenta… é no balancear suave e delicioso das sensações… sem ser doce, adoça. Sem ter taninos espigados, percebe-se que estão lá. Ser manifestar acidez, é fresco… parece que quando a prova fica muito doce, lá vem um “bombeiro” de sabores providenciar umas notas mais coloniais, de café torrado em grão, ou ligeiríssimo cacau. Quando se renova no copo, lá vem outra vez uma fugaz sensação de “verdura”, imediatamente transformada no frutado enunciado anteriormente.
Pimenta branca.
Muito, muito bom!
Provador: Mr. Wolf