Característica diferenciadora: A forma de trabalhar a Touriga Nacional (sem flores e sem doçura)
Preço: 9 €
Onde: Garrafeira Nacional, Continente e Jumbo
Comentário: Não sou um grande apreciador de monocastas de Touriga Nacional ou de vinhos onde a mesma se faça sentir de forma muito preponderante. Os vinhos parecem-me muito direccionais e difíceis de ligar com comida. O que quero mesmo dizer é que por vezes me parecem vinhos chatos! Ora, não foi nada o que aconteceu com este vinho, apesar de ser um 100% Touriga Nacional. Apresenta uma cor bastante escura, com notas evidentes de madeira e com muitos frutos pretos. É um vinho possante, estruturado, que enche a boca e com muito boa acidez, o que lhe permite portar-se muito bem á mesa. Tem um final de boca médio/ médio longo. Ganhará em complexidade com mais 1 a 2 anos de cave. É um excelente vinho e uma extraordinária relação qualidade/ preço. Acompanhou uns lombinhos de porco fritos.
Nota: Já provei vinhos bem mais caros dos Symington, de quintas bem mais emblemáticas, que não trocaria por este.
Provador: Bruno Miguel Jorge
Caro Bruno,
Ótima dica! Também não gosto do exagero floral de certos varietais de Touriga Nacional (que a meu ver, chega a ser "metálico").
Pena que aqui no Brasil o Quinta do Ataide Reserva esteja disponível a reluzentes 65 dólares! Um disparate!
Abraços,
Flavio
Caro Flávio, estou estupefacto: 65 USD é um valor obsceno! Não porque o vinho não tenha qualidade (tem muita) mas pela disparidade dos preços.
O Quinta do Ataíde é mesmo um belíssimo vinho. Hoje ao jantar voltou a mostrar toda a sua garra e capacidade gastronómica. Tal como escrevi na nota de prova, não o troco por outros vinhos da Symington, mesmo que vindo de quintas bem mais afamadas.
Abraço,
Bruno
Caro Bruno,
Dois motivos fazem os preços aqui serem absurdos: A carga tributária (obscena) e a ganância de importadoras e comerciantes. Geralmente o que se faz é multiplicar o valor em Euros por 10 para ter-se o preço final em Reais. Ou seja, um Redoma Rosado, que em Portugal custa cerca de 7,5 Euros (acho), aqui custa exactos 76 Reais (ou 38 dólares!) No caso do Quinta do Ataíde, o ágio foi ainda maior. Bem, mas não há muito o que fazer. Vou seguir sua dica e adquirir um Quinta do Ataíde, pois fiquei curioso para conhecê-lo.
Um abraço,
Flavio
Olá Flávio, espero que o reveillon tenha corrido pelo melhor, com bons vinhos e com boa companhia. Ontem bebi pela primeira vez um espumante Brasileiro, salvo erro de nome Miolo Millésime (Chardonnay e Pinot Noir), na versão Bruto. Gostei mas pareceu-me um pouquinho doce para um Bruto. Serão as dosagens de licor de expedição mais alargadas no Brasil do que em Portugal (e em Portugal já são bem generosos permitindo 15g/L)?
Quando beber o Quinta do Ataíde, passe por aqui para deixar a sua opinião.
Abraço
Olá Bruno,
O reveillon foi muito bom, obrigado! Com bons espumantes e uma leitoa à pururuca (tradição em meu estado, Minas Gerais, e que foi herdada de Portugal – Aliás, a culinária de meu estado natal tem muita influência portuguesa, nos pratos salgados e ótimos doces). Espero que você tenha tido também um ótimo reveillon. Que bom que apreciou um espumante brasileiro. Esse que você bebeu é um especial da Miolo, que é uma grande vinícola aqui. No entanto, estão caindo muito na internacionalização de seus vinhos, perdendo, a meu ver, a identidade. Concordo com você quanto ao açúcar residual. Sua hipótese de que as quantidades de licor de expedição sejam mais alargadas quem em Portugal é procedente. Procurei no sitio da Miolo e não encontrei mais informações nesse sentido. Confesso que tenho preferido espumantes de produtores pequenos, como aqueles da Estrelas do Brasil (excelente!) e Adolfo Lona (também excelente). No entanto, não sei se chegam em Portugal.
Quanto eu beber o Quinta do Ataíde, deixo minha opinião aqui no blog!
Abraços,
Flavio
ps. Perdão pelo comentário longo…