Característica diferenciadora: Casa Ferreirinha… e a sombra do “Barca Velha”, para o melhor e para o pior.
Preço: 50€
Nota pessoal: 16,5.
Excelente mesa para acompanhar os 3 vinhos… aguardava um lombo de porco preto assado no forno, minunciosamente confeccionado pelo caríssimo Bruno…3 decanter… minúncia na abertura sigilosa das garrafas, peculiaridades com a temperatura e, enfim, os 3 para a mesa (provado em conjunto com Quinta da Dôna 2001 e Luis Pato Vinha Pan 2001).
Ora bem… prova fantástica com 2 Bairradas (às cegas naquele momento) anteriores, e cai no copo (às cegas, obviamente) este Reserva Especial… castanho! Percebe-se que a comparação com os outros vinhos é sempre “complexa”, mas é o que é.
Àlcool presente e ligeiro amargo na boca… desagradável, precisa respirar no copo.
Arejado e todos de “faro” apurado qual perdigueiro a descortinar se gostavamos ou não dos aromas, quando me chegou ao nariz carne (para mim é pior que chegar-me a mostarda ao nariz…), suspirei e calei-me para voltar ao vinho numa 2ª volta.
20 minutos depois, lá voltei. Melhor.
Mais verde, mais fresco e vegetal… com ligeiro cabedal. Mas as notas de “carne crua” tinham desaparecido.
Ganhou frescura, mas nunca se manifestou equilibrado. Com o tempo ganhou mais acidez. Mas o vinho oscila muito na prova, ora manifestando algum equilíbrio e acidez, ora caindo em aromas e palato manifestamente desagradáveis, amargos em demasia e àcidos.
Muitas “apostas” que seria um Douro. Mas não unânime.
Descortinado os vinhos em prova, foi uma desilusão para mim… sim, porque sou um adepto confesso da Casa Ferreirinha.
Porque o provei em Junho de 2012 e achei que a sombra do Barca Velha prejudica muito este vinho… sim, porque se em relação ao de 1997 consigo alimentar uma discussão sobre as hipotéticas possibilidades de ter sido declarado Barca Velha ou não, neste ano de 2001 não há margem absolutamente nenhuma para essa conversa. Não é de todo.
Desiludi-me porque bebi várias garrafas (felizmente) de 1992 e cheira a Ferreirinha e tem uma finesse que este nunca terá.
Desiludi-me porque achei que talvez a garrafa que bebi em Junho (post aqui no blog), ou não teria sido feliz na abertura nesse dia ou na conjugação com a comida, ou estivesse “fora de forma”. Não. Há que aceitar a evidência… se eu fosse um “rapaz” de confrontações, adorava prová-lo às cegas com o Colheita de 98 Ferreirinha, ou mesmo com um Quinta da Leda de 2000 para não ir mais longe. Mas com custos sem serem suportados pela minha carteira. É que só pelo nariz o vinho destoa. Não cheira a Ferreirinha.
Bom, por morrer uma andorinha, não acaba a Primavera… não é assim? Não é por uma má experiência com as garrafas já bebidas de RE Ferreirinha de 2001 que as dezenas ou centenas de boas experiências que já tive desta casa se fragilizam. Mas que chateia, chateia.
Provador: Mr. Wolf