Torre do Esporao 2007


Característica diferenciadora: Força e tenacidade

Preço: 100€

Onde: Garrafeiras especializadas (El Corte Inglés)

Nota pessoal: 18

Comentário: Torre do Esporão aberta, por si só torna uma noite especial… mas neste caso, foi ao contrário. A noite foi muito especial, e a garrafa foi aberta naturalmente, à mesa com excelente tertúlia e boa disposição. Podia ter acompanhado comida… sim, mas não era a mesma coisa!

Já tinha tido o prazer de provar este vinho. Recordo-me que deu muita luta, e que é provavelmente o vinho Alentejano com mais tenacidade, garra e complexidade que já provei. Mas provei-a cedo demais (em Dezembro de 2012…). Desta forma, alguns meses depois, foi um prazer cheio de curiosidade poder prová-la de novo. Obrigado ao Homem do Saca Rolhas…

Cor rubi escura muito viva. O vinho a escorrer no copo tem nuances fantásticas, cheias de cor, tinto e retinto.
Aroma imediato de carne e esclareça-se, para mim, aromas semelhantes a carne, nomeadamente crua, nem sempre é defeito…depende da persistência e intensidade da mesma. Já bebi excelentes vinhos, que quando são abertos, por ligeiros segundos, apresentam notas aromáticas de carne crua, lácteos evidentes  e afins, e passados breves segundos desaparecem completamente sem deixar rasto!
Bom, mas neste caso, rapidamente desaparece e estranhamente, o que era um aroma de carácter mais “quente”, transforma-se num acutilante aroma vegetal, de lâmina afiada, fino e fresco!
É possível? É.
Tem fruta? Tem… mas é o carácter mais vegetal que me fascinou. E muito.
Elegância extrema… num registo vegetal e com acidez muito pouco comum no Alentejano.

Não há aqui lugar para doçuras fáceis, perfis de madeira obsessiva, não!
É um vinho com muito, muito carácter, que às cegas duvido que agrade a todos. Mas é duma opulência e duma assertividade muito pouco comum em Portugal e muito menos no Alentejo.

Boca cheia de complexidade, com fruta presente, muita opulência, alguma mineralidade e acidez a “mandar no jogo”.

A minha opinião é que o vinho necessita de tempo. Muito tempo.
Nunca diria que o vinho era da colheita de 2007… e recomendo vivamente que quem esteja desejoso para provar uma, compre logo duas que poupa na ida de novo à Garrafeira…. este vinho é para guardar (sem abrir obviamente) no mínimo mais 2 anos. Depois, quiçá, vai ser dos vinhos com mais potencial de envelhecimento e garra Alentejano das últimas 2 décadas.

Parabéns à equipa que teve a ousadia e coragem de produzir um vinho com este perfil.

Provador: Mr. Wolf 

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