Comentário: Quinta de La Rosa faz parte do imaginário de muitos enófilos… sempre foi bom. Vinho que apareceu com mais mediatismo nos anos 90, produzido na fantástica quinta debruçada sobre o Pinhão.
Esta garrafa de 2003 foi adquirida há cerca de um ano na garrafeira Cabaz Tinto em Cascais que é de absoluta confiança no que diz respeito à qualidade de acondicionamento dos vinhos. Foi recomendada pelo Pedro também… e eu comprei.
Rolha impressionante, tingida púrpura e exemplar na sua função vedante.
Cor rubi opaca, viva ainda e pesado a cair no copo.
Aromas imediatos de Vintage. Confesso que não é o que mais me agrada… normalmente tornam-se pesados… sou mais apreciador de vinhos que se destacam pela acidez e frescura…Notas muito licoradas no aroma… Notas florais. Bom… em poucos minutos o património aromático deste vinho impressiona. Os aromas que nos atiravam mais para vinhos do porto desapareceram. Ainda bem.
Depois deste exercício olfactivo, tempo para atacar a prova de boca.
Et voilá! Boca perfeita!
Guloso e espesso na entrada de boca, fruta fresquíssima, encarnada mas sem sobrematurações, muito denso e acompanhado de taninos muito vivos ainda, mas acomodados na espessura e concentração do vinho que nem se dá por eles…”…mau!” Pega-se na garrafa e confirma-se o ano. 2003…
Nariz no copo outra vez…
Aromas agora mais coloniais, com madeira encerada. Ligeiro pó de talco. As notas florais e de fruta mais evidentes no início dá ideia que se fundiram e resultam numa aroma semelhante a própolis… aquele aroma de favo de mel delicado. “Uau…” estou impressionado com este vinho.
Boca acetinada, licorosa e com um final muito, muito longo.
Fresco e muito bem balanceado, não chega a ser lácteo mas tem notas de iogurte de morango.
Grande vinho… recordo uma prova que efectuámos há uns meses atrás de Douro do ano de 2003… Poeira, Vale Meão e Quinta do Valado Reserva… se soubesse o que sei hoje, este tinha lá estado seguramente!
Há uma coisa que cada vez estou mais convicto. Não produzam os vinhos para se beberem logo… e quem os adquire guarde os (bons) vinhos uns anos, pois garanto-vos… este vinho novo podia impressionar muito… mas não daria tanto prazer e não mostraria tantas características se não tivessemos esperado por ele. Cada vez mais rejeito liminarmente beber vinhos que não sejam de uma colheita, no mínimo dos mínimos, 3 anos anteriores ao ano em que provo… pelo menos tento que assim seja. Quando assim não acontece, provo… não bebo.
Provador: Mr. Wolf