Crozes-Hermitage Alain Graillot 2011

Característica diferenciadora: Tudo. Explosivo e elegante.

Preço: 24€

Onde: On line (sites diversos), Niepoort Projectos, El Corte Inglés, Lavinia.

Nota pessoal: 18

Comentário:  Andava “mortinho” por abrir esta garrafa, mesmo sabendo que provavelmente abri-la agora é a mesma coisa que por gostar muito de diospiros, atrever-me a trincar um mal fique “alaranjado”… corre mal, claro. Bastava mais um pouco de sol e a sensação de adstrigência máxima e rusticidade na boca transformava-se naquele fruto de suculência e açucar meloso tão especial. Pois, mas todos os que gostam de diospiros seguramente já o provaram “verde”… se calhar por isso depois, e pelo trauma que é, o adoramos tanto quando o provamos maduro!
Com os vinhos, gosto deles “maduros”, mas provo sempre uma “verde”. E andava muito curioso para provar este.

Especiado nos aromas que nos invadem à mesma velocidade que conseguimos processar a cor: púrpura. Em relação à cor, nem me atrevo a caracterizá-la mais. É púrpura. Lágrima muito persistente.

Explosão aromática… muita evidência de pimenta branca. Fruta roxa. Cheira a adega… aquelas salas de estágio em barrica onde repousam. E este é estagiado só em barrica nova. Notas de Porto Vintage acabado de engarrafar, se atentarmos às notas de fruta.
Bom, o painél de aromas faz lembrar a mala do Sport Billy – para quem quiser matar saudades: https://www.youtube.com/watch?v=fAwTUXENFj0 – ou seja, quem não sabe o que é, o Sport Billy era mais impressionante que o MacGiver… da sua mala saía tudo o que fosse necessário para os desafios que tinha pela frente, fosse uma caneta, uns sapatos que o faziam voar ou um avião. Era indiferente. 
Este vinho, em relação aos aromas é mais ou menos a mesma coisa… passamos pela pimenta branca de expressividade impressionante, fruta escura sem estar muito madura, algum figo, barrica e depois uma frescura semelhante a alfazema seca que delicia os sentidos. 
Madeira verde, esclarecida e vincada. Tudo claramente por casar. 
Sisudo no entanto. Vinho que nos coloca em sentido, pois apesar de todos os aromas serem muito evidentes, está claramente fechado. 
Bom, vamos lá então à prova de boca.
Muito intenso. Vinho claramente na adolescência… No entanto, atinado apesar do ímpeto que tem.
Muito concentrado sem ser pesado. Extraído, provavelmente puxado pela maceração de cerca de 20 dias, conforme investiguei no site do produtor…Químico e vegetal com fartura. Verde. Muito verde… Muito perfumado no entanto. Equilíbrio no caos explosivo ainda de texturas e sabores. Este vinho dá trabalho a provar. Mas dá muito prazer e é um excelente vinho, apesar de tudo, acessível. É necessário interpretarmos e atribuir simbolo às sensações que os sentidos experimentam. É uma muito boa experiência.
Roxo no sabor… sim, é como o consigo adjectivar. Muito roxo. Bagas silvestres de framboesa. 
Final repleto de pimenta branca. Língua e palato parece que acabaram de deitar pimenta branca directamente nas papilas gustativas. Impressionante. 
Muito verde, delicado mas muito potente e muito clarividente.

Barrica muito expressiva.

Comprar, guardar e ir provando, mas daqui a uns 5 anos no mínimo…

Provador: Mr. Wolf

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