Característica diferenciadora: Classe
Preço: 25€
Onde: Garrafeiras particulares ou especializadas.
Nota pessoal: 18.5
Comentário: Não é à toa que a maioria dos posts que coloco actualmente é relativa a vinhos com mais de 5 ou 6 anos… especialmente se tivermos em consideração que parece-me de senso comum assumir que a qualidade geral do vinho em Portugal tem crescido muito, diria eu nas últimas duas décadas… mérito superior para os Produtos, sem margem para dúvida, e mérito também para o consumidor, que duma forma geral aumentou a exigência e colabora duma forma mais activa para o gosto pelo vinho. O mercado cresceu em valor no consumo interno, e apresenta fulgor no mercado externo… então porque destaco normalmente vinhos com mais alguns anos de idade? Porque se é verdade que os vinhos melhoraram a qualidade geral, também convergiram para um perfil muito semelhante, homogéneo e “fast drinking”… e na maioria das vezes, apetece-me um (ou mais do que um…) copo de vinho com carácter! E este sem dúvida nenhuma tem!
A cor estremece qualquer mesa… Quais 11 anos?! Será 2003 ou 2013? É 2003.
A cor estremece qualquer mesa… Quais 11 anos?! Será 2003 ou 2013? É 2003.
Limpo, brilhante e cor tendencialmente púrpura escura. Uma enciclopédia vinícola olhar para um copo destes… Panóplia de aromas e densidade cromática fantástica.
Provar demonstra no copo, aquilo que só realmente o tempo consegue. Impressionante.
Bom, pelo princípio… Aromas fechados e quentes, com figo a dar o mote. Parece-me também ligeiro cacau, morno – aquele aroma do resto das chávenas de chocolate quente, qaundo era pequeno e ficava aquela “calda” de cacau e o resto do leite… bom, aromas iniciais mornos mas uma bomba de intensidade da prova de boca!
Desafia qualquer conceito dos perfis de vinhos actuais, demonstrando que é o estágio e a correcta maturação que permite colocar em evidência o que é um grande produto, pronto para os palcos globais, e muitas vezes dificil de compreender em circulos mais estritos.
Infelizmente, Portugal é sem dúvida um mercado pequeno, apesar de proporcionalmente no rácio de consumo per capita, ser um mercado de destaque. Mas conseguir produzir vinhos destes, essencialmente para um mercado como o nosso, a preços acessíveis, é de louvar… e agadecer.
Voltando a esta garrafa… Impossível explicar por palavras o equilíbrio entre a intensidade e a elegância que tem. Impossível.
Notas vegetais e à medida que respira, florais… apimentadas por fruta quente, ligeira e quase confitada. Final estonteante, cheio, redondo, mágico na intensidade, fulgor na persistência… Muito complexo para harmonizar, pois é aquilo que denomino um vinho “muito reagente”, ou seja a sua intensidade é tal, que facilmente na harmonização com a comida, provoca diferentes (e evidentes ) sensações… se não houver cuidado, facilmente o vinho cresce muito mais do que a comida…
Touriga Nacional, Syrah, Petit verdot e Touriga franca.
Penso que o grande destaque deste vinho é a nobre elegância que se sente em cada golada de vinho, como em poucos, polida pelo – inalcançavel por outros meios – efeito dos anos e da muita qualidade empregue desde a vindima à vinificação e estágio. Soberbo.
Baco seria teu amigo do Facebook pessoal, Quinta do Monte D´Oiro. De certeza… vivesse ele onde vivesse…
Provador: Mr. Wolf